"E o meu inferno é o céu pra quem não sente culpa de nada."

Hoje as palavras me fugiram.
Graças aos deuses das letras existem frases prontas que às vezes expressam aquilo que não conseguimos externar de forma coerente.

Minha Paz

E é sempre assim, quando enfim consigo me encontrar, você vem e tira minha paz.

Me divide. 

Me completa. 

Coloco a cabeça no travesseiro mas o sono não vem. Você não deixa.

Penso em cada momento, cada detalhe de nós dois. Novamente fico abstrata, me perco na lembrança do teu cheiro, do teu abraço. Mergulho em seus olhos. 

A lua se vai com o amanhecer. E com ela leva os sonhos...

Aguardo o crepúsculo, e peço aos céus que me traga você de volta ao cair da noite.

Enquanto isso, olho no espelho e vejo o sorriso da culpa.

E hoje eu acordei meio assim, sei lá.

Talvez seja a alta temperatura, ou o café que está mais amargo. Ou meus olhos mais cinzentos.

Não me concentro em nada, cada página que leio, parece branca, cada palavra que pronuncio, sem som. A cada passo que dou, avanço para lugar algum.

Não gosto disso, não costumo olhar tudo com tanta indiferença... Mas a verdade é que, agora,  vejo apenas você.

Sintomas de saudade....

Bom dia sol, bom dia céu, bom dia flores!

O dia hoje está mais bonito. Seu sorriso olhou para mim.

De volta ao Lar

Escrevo para dar forma ao que em mim está solto.

Às vezes as memórias dão esse poder. Pensar no futuro, viver o passado, olhar o presente.

Me olho no espelho e vejo uma grande pessoa. Olho para dentro de mim e vejo apenas uma menina com anseios, sonhos e vontades infundadas. E uma vontade que não passa.

Ao anoitecer sinto vontade de retornar ao meu verdadeiro lar, de voltar à minha estrela.

Estranho? Não para mim.

Não sou desse mundo. Não nasci para esse plano. Não estou em casa.

Penso em tudo que me rodeia. Sou afortunada por poder ver a beleza de cada amanhecer. A delicadeza da flor ao lado da minha cama me anima. 

Ainda não se cumpriu meu tempo.  Minha Centelha Divina me chama cada vez mais forte, aqui. Não há como não ouvir.

Ignorar? Não.

Pelo contrário. Olho para a imensidão celeste e enfim compreendo. É necessária a completa submersão no nosso próprio cosmo. Terminar esse período. Completar o ciclo.

Aperfeiçoar meu eu e então ser digna de novamente contemplar o Grande Arquiteto.

Novo Ano Novo

E mais uma vez o tempo e a esperança se renovam. Mais uma chance de pegar o passado, concertar o que não mais agrada e começar de novo.

Mais uma vez não consigo me adaptar.

Seria muito bom colorir as partes feias da minha vida, mas não posso. Não posso renegar toda a emoção que senti, todas as lágrimas que chorei e toda a saudade que senti.

Não seria justo também com minhas conquistas e minhas alegrias.

Apenas fico olhando a noite cair. Daqui a pouco a casa estará cheia de pessoas e sorrisos.

Lá fora a chuva cai...

Aqui dentro a solidão aumenta.

Não posso mais dizer o que sinto. Ninguém é capaz de entender a imensidão do coração alheio.

Em meio às lágrimas, apenas fico vendo a chuva cair, perdida em mim mesma... Até ser despertada pelo som da meia noite, anunciando o novo ano.

(31/12/2010)